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30 de agosto de 2010

Tutorial Ubuntu - Drivers em geral

Concluindo nosso passeio pelos recursos e opções do Ubuntu, esta terceira parte aborda a instalação de codecs, drivers e outros pacotes adicionais, as atualizações do sistema e o gerenciamento de pacotes, configuração de impressoras, configuração da rede e outras opções de administração do sistema.
O Ubuntu não é a distribuição mais estável, nem a mais fácil de usar, mas a grande disponibilidade dos CDs de instalação e toda a estrutura de suporte criada em torno da distribuição acabaram fazendo com que ele se tornasse uma espécie de "default", uma escolha segura que a maioria acaba testando antes de experimentar outra distribuições. Isso faz com que ele seja a distribuição com mais potencial para crescer além da base atual.
Apesar disso, essa abordagem tem também seus problemas, já que a estrutura mais complexa torna mais difícil solucionar problemas inesperados, ou configurar o sistema de formas incomuns. O grande volume de serviços carregados por padrão e o grande volume de bibliotecas e componentes fazem com que o sistema seja mais pesado e consuma mais memória do que distribuições mais espartanas (como no caso do Slackware) o que torna imprático o uso em máquinas muito antigas, ou com menos de 512 MB de RAM. Como pode ver, nenhum sistema é perfeito e é justamente por isso que temos várias distribuições. Vamos então aos detalhes sobre a configuração do Ubuntu.
Assim como todas as inúmeras outras distribuições derivadas do Debian, o Ubuntu utiliza o apt como gerenciador de pacotes. Entretanto, para facilitar as coisas, o Ubuntu inclui também um conjunto de gerenciadores gráficos que, de certa forma, permitem juntar o melhor dos dois mundos.
Configurando os Repositórios
O gerenciamento dos repositórios é uma etapa importante da configuração do Ubuntu, já que eles determinam os pacotes que você poderá instalar posteriormente. A configuração é feita através do "Sistema > Administração > Canais de Software", que funciona como um configurador para o arquivo "/etc/apt/sources.list", onde são especificados os repositórios que serão usados pelo sistema. Os pacotes oficiais são divididos em 5 repositórios:
main: O repositório principal, que inclui os softwares suportados oficialmente pela equipe do Ubuntu. Este repositório inclui um número relativamente pequeno de pacotes, incluindo os pacotes do Gnome e os outros softwares instalados por padrão, os pacotes de internacionalização e alguns poucos pacotes adicionais. É basicamente o mesmo conteúdo da versão em DVD.
restricted: Este repositório inclui os drivers da nVidia, da ATI e alguns módulos adicionais para o kernel (agrupados no pacote "linux-restricted-modules") que possuem o código fonte fechado, ou possuem restrições com relação à modificação ou distribuição. Agrupá-los em um repositório separado foi a solução encontrada pela equipe do Ubuntu para poder distribuí-los como parte da distribuição.
Estes drivers ao gerenciados de maneira automática pelo gerenciador de drivers restritos ("Sistema > Administração > Drivers de hardware") que se encarrega de detectar os componentes e perguntar se você deseja ativar os drivers correspondentes.
universe: Como o nome sugere, o Universe inclui quase todos os demais pacotes, um conjunto que ultrapassa a marca dos 20 GB de arquivos. Ele é basicamente um snapshot do repositório do Debian instável, que recebe uma rodada de testes e correções antes de ser disponibilizado ao público. A grande diferença em relação aos pacotes do repositório main é que eles não são oficialmente suportados pela equipe de desenvolvimento; são apenas oferecidos como um extra. A maior parte do trabalho de manutenção do repositório Universe é feito por voluntários, incluindo aí o trabalho feito pela equipe do Debian.
multiverse: É uma derivação do Universe, que agrupa softwares distribuídos sob licenças "não livres", que possuam alguma restrição com relação à modificação ou distribuição. Inclui diversos codecs, emuladores, plugins, programas diversos e até mesmo alguns drivers de impressora. Assim como no caso do restricted, o multiverse foi criado para permitir que estes pacotes pudessem ser incluídos na distribuição, sem que "contaminassem" os repositórios principais.
partner: Este é um repositório mantido pela Canonical (sem relação direta com o Ubuntu) para disponibilizar componentes licenciados. Ele inclui o "adobe-flashplugin", que instala o suporte a flash no Firefox e pacotes de documentação para alguns codecs comerciais vendidos no http://shop.canonical.com.
Além das questões filosóficas, a divisão permite que os repositórios sejam seletivamente desativados, como no caso de uma empresa, onde a equipe de TI decidiu utilizar apenas os pacotes do repositório main, juntamente com alguns outros pacotes específicos, para prevenir o aparecimento de problemas.
Em situações normais, você simplesmente mantém todos os repositórios ativados, com a possível exceção dos repositórios com o código fonte, que são úteis apenas para quem está interessado em compilar seus próprios pacotes:
Você pode também escolher entre baixar os pacotes dos servidores principais (o archive.ubuntu.com) ou usar os servidores do Brasil (o br.archive.ubuntu.com) que costumam ser mais rápidos. Por default o instalador utiliza também os pacotes do CD-ROM de instalação, que inclui alguns pacotes extras que não são instalados juntamente com o sistema.
O que o gerenciador faz é simplesmente ativar ou desativar as linhas correspondentes dentro do arquivo "/etc/apt/sources.list" conforme você altera as opções, exatamente o mesmo que você faria ao editar o arquivo manualmente. As linhas referentes aos repositórios principais dentro do arquivo são:
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid main restricted deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid universe deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid multiverse deb http://archive.canonical.com/ubuntu intrepid partner
Cara cada um destes repositórios, está disponível também uma linha iniciada com "deb-src", que corresponde ao repositório com o código-fonte dos pacotes.
Apesar de parecerem complicadas, estas linhas são bastante simples. Tudo começa como "deb", que indica o início da configuração de um repositório. Em seguida, vai o endereço, a pasta com a versão e a sub-pasta com os arquivos do repositório específico. Os repositórios são acessados via http, você pode inclusive acessá-los pelo navegador.
Uma dica para quem gosta de arrumação é que você pode agrupar linhas com repositórios dentro da mesma URL, separando-os por espaço. Em vez das 4 linhas anteriores, você poderia usar apenas:
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid main restricted universe multiverse deb http://archive.canonical.com/ubuntu intrepid partner
O "intrepid" em cada linha especifica a versão do Ubuntu em uso. Ao atualizar do 8.10 para o 9.04, por exemplo, o "intrepid" em todas as linhas seria substituído por "jaunty". Aqui vai uma lista rápida dos nomes e versões para referência:


warty: 4.10
hoary: 5.04
breezy: 5.10
dapper: 6.06
edgy: 6.10
feisty: 7.04
gutsy: 7.10
hardy: 8.04
intrepid: 8.10
jaunty: 9.04


Repositórios Extras
Além dos repositórios principais, temos os repositórios adicionais, que são mantidos por equipes independentes. A principal função deles é oferecer pacotes que, por um motivo ou outro, não podem ser distribuídos através dos repositórios oficiais, como no caso da biblioteca libdvdcss2 (que permite assistir DVDs protegidos) e diversos codecs. O gerenciamento deles é feito através da segunda aba:
Por default, é incluído apenas o repositório partner, que na verdade é utilizado apenas para distribuir o plugin do flash para o Firefox.


Você pode ter acesso a um grande volume de pacotes adicionais voltados para multimídia adicionando o repositório do Medibuntu, especificando o "http://packages.medibuntu.org/" como URL e "free non-free" no campo dos componentes, como no screenshot. Isso equivale a adicionar a linha abaixo no sources.list:


deb http://packages.medibuntu.org/ intrepid free non-free


Ao tentar atualizar o sistema ou instalar algum novo pacote, após ativar repositórios adicionais, você receberá um erro similar a esse:
Ele indica que o sistema não possui a chave GPG de autenticação para o repositório adicionado, problema que podemos resolver manualmente.
O GPG é um sistema de encriptação composto de duas chaves, uma chave pública, que é distribuída abertamente, e uma chave privada, que é secreta. A chave privada pode ser utilizada para "assinar" arquivos, cuja autenticidade pode ser comprovada usando a chave pública. Isto é feito através de um truque matemático: a chave privada é uma espécie de equação extremamente complexa, que embaralha o conteúdo dos arquivos. A chave pública é um antídoto para ela, que permite reverter os dados a seu estado original. É impossível, entretanto, descobrir o conteúdo da chave privada usando a chave pública e, devido à sua complexidade, é também impossível fazê-lo via força bruta.
Do Ubuntu 6.06 em diante, o apt-get passou a operar em modo seguro, onde o desenvolvedor usa sua chave GPG privada para assinar seus pacotes e o apt-get usa a chave pública para verificar se o pacote que está sendo instalado não sofreu modificações. Este é um processo extremamente seguro, que visa ter certeza de que o pacote que está sendo instalado na sua máquina é exatamente o mesmo que foi disponibilizado pelo desenvolvedor, eliminando qualquer possibilidade de alguém de má-fé alterar o conteúdo pelo caminho.
Este é um nível se segurança que não possui similar no mundo Windows. Mesmo que alguém consiga invadir o servidor onde os pacotes estão hospedados, ou consiga dar upload de pacotes falsos usando uma senha roubada, não terá como falsificar também a assinatura dos pacotes, fazendo com que você seja avisado ao tentar instalar e o problema seja detectado instantaneamente.
O link para a chave GPG fica normalmente em posição visível no site do projeto. No caso do Medibuntu, por exemplo, o arquivo é o "http://packages.medibuntu.org/medibuntu-key.gpg".
Existem duas maneiras de instalar a chave. A primeira é baixar o arquivo manualmente (você precisará geralmente usar o wget ou outro gerenciador de downloads, já que o Firefox o exibe como texto, em vez de oferecer a opção de baixar) e usar a opção Autenticação > Importar Arquivo Chave" dentro do Canais de Software para adicionar a chave:
Outra opção é adicionar a chave via linha de comando, usando "gpg" e o "apt-key". Os comandos são um pouco longos, mas a vantagem nesse caso é que você não precisa procurar o arquivo da chave, já que ela é baixado automaticamente pelo próprio GPG.
O primeiro passo é abrir um terminal e rodar o "sudo apt-get update". Ele retornará um erro similar ao do gerenciador de atualizações, especificando o número da chave:
W: Erro GPG: http://packages.medibuntu.org intrepid Release: As assinaturas a seguir não puderam ser verificadas devido à chave pública não estar disponível: NO_PUBKEY 2EBC26B60C5A2783
Para adicioná-la, use os dois comandos a seguir, especificando o número da chave, que você pode colar usando o botão central do mouse. Na verdade, a identificação da chave são apenas os 8 dígitos finais, mas não faz diferença se você simplesmente copiar o número inteiro:


# gpg --keyserver subkeys.pgp.net --recv-keys 2EBC26B60C5A2783
# gpg --export --armor 2EBC26B60C5A2783 apt-key add -


É mais fácil executar os dois comandos diretamente como root, já que o GPG tem dificuldade em acertar o path quando executado através do sudo.
O primeiro comando se encarrega de baixar a chave, a partir do servidor do pgp.net, enquanto o segundo faz a importação. Note que é usado um pipe (|) para que a chave exportada pelo GPG seja lida pelo apt-key.
No caso específico do Medibuntu existe uma opção mais prática para adicionar a chave, que é simplesmente instalar o pacote "medibuntu-keyring ", que se encarrega de adicionar a chave do repositório:


$ sudo apt-get install medibuntu-keyring


Como pode imaginar, este pacote foi criado para simplificar a configuração do repositório por parte de novos usuários, uma vez que o repositório é usado por 7 em cada 10 usuários do Ubuntu. Entretanto, você ainda precisará seguir estes passos manuais ao adicionar outros repositórios.
Apesar dos pesares, a principal vantagem de adicionar os repositórios extras na configuração, em vez de simplesmente baixar os pacotes desejados manualmente é que os pacotes passam a ser incluídos nas atualizações do sistema, permitindo que você tenha acesso às atualizações. Eles também permitem que o sistema instale eventuais dependências automaticamente, simplificando muito a instalação. Outra vantagem é que outros pacotes disponíveis no repositório ficam disponíveis para quando precisar deles.
Gerenciando as Atualizações
Em seguida, temos as opções de atualização do sistema, que são agrupadas na terceira aba. Elas são divididas em 4 grupos:
security: Inclui as atualizações de segurança, que tapam as brechas do sistema, mas não adicionam novas funcionalidades aos programas. As atualizações de segurança são especialmente importantes no Ubuntu, já que o sistema não utiliza nenhum firewall por padrão, dependendo apenas das atualizações dos serviços. Elas são atualizações de baixo risco, que raramente causam problemas.
updates: Inclui todas as novas versões dos programas, o que representa mais de 80% das atualizações disponíveis. Se você está apenas interessado em manter seu sistema estável, baixando apenas as atualizações importantes, você pode desativar este repositório, mantendo apenas o security.
proposed: Contém atualizações em estágio de teste, que não são inteiramente estáveis. É uma espécie de versão "beta" do updates, que permite que você tenha acesso às atualizações em primeira mão, mas sem garantia de estabilidade. Se você não quer dor de cabeça, é melhor mantê-lo desativado.
backports: As versões do Ubuntu são suportadas por um período de 18 meses (nas versões normais), ou 36 meses (no caso das versões LTS), o que corresponde ao lançamento de duas ou cinco novas versões. Os backports são versões portadas de novas versões dos softwares, adaptados para rodarem nas versões antigas.
Eles permitem que você atualize alguns componentes do sistema (obtendo acesso a uma nova versão do Gnome ou do KDE, por exemplo), sem precisar atualizar o sistema inteiro. A principal observação é que os backports recebem apenas uma rodada rápida de testes, o que abre margem para o aparecimento de bugs inesperados. Justamente por isso, você tem a opção de desativá-los no gerenciador:
Estas opções correspondem às linhas com o "security", "updates" e "backports" dentro do sources.list:


deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-security main restricted
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-security universe
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-security multiverse
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-updates main restricted
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-updates universe
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-updates multiverse
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-backports main restricted universe multiverse


Definidos os repositórios, falta a configuração das atualizações automáticas, que são feitas através do Gerenciador de Atualizações ("Sistema > Administração > Gerenciador de atualizações"), a (muitas vezes irritante) setinha ao lado do relógio.
Por padrão, o sistema vem configurado para notificar sobre atualizações do security e do updates diariamente, o que resulta em um volume muito grande de pacotes a baixar e faz com que muitos optem por simplesmente desativarem as atualizações automáticas. Entretanto, você pode reduzir o número de avisos simplesmente desativando o updates (mantendo apenas o security) e especificando um intervalo maior para as atualizações.
Outra opção é desmarcar o "Verificando atualizações", o que faz com que ele deixe de exibir os avisos, se limitando a mostrar as atualizações disponíveis quando você clica sobre ele.
Embora não seja recomendável, é possível também remover completamente o gerenciador de atualizações e passar a fazer as atualizações manualmente. Nesse caso, você usaria o "killall update-notifier" e em seguida o "apt-get remove update-notifier".
Continuando, o gerenciador também avisa sobre a disponibilidade de novas versões do sistema, o que é ajustado através da última opção, onde você pode escolher entre receber avisos de todas as novas versões, atualizando a cada 6 meses, ou ser avisado apenas do lançamento de versões LTS, atualizando a cada 18 meses:
Como em outros sistemas, o upgrade direto de uma versão para outra é sempre um processo passível de problemas. O grande problema é que (por simples falta de mãos de obra suficiente) os upgrades são testados apenas em configurações comuns, onde o sistema é usado sem grandes modificações. Entretanto, na prática é comum que você use um conjunto de pacotes muito diferente do original, com muitos dos programas originais substituídos por outros, somado coma instalação de vários programas adicionais. Isso faz com que o trabalho do atualizador seja muito mais complicado e os resultados mais imprevisíveis, fazendo com que a atualização apresente defeitos diversos ou mesmo falhe completamente em alguns casos específicos.
Outra observação importante é que você nunca deve desligar o sistema no meio do processo de atualização, caso contrário você criará uma situação onde parte dos pacotes estão atualizados e outros não, o que será uma receita para o desastre no próximo boot.
O ideal é que você inicie a atualização no final do dia, deixando que o sistema baixe os pacotes e inicie o processo durante a noite e você possa apenas responder as configurações e terminar o processo na manhã seguinte. Como de praxe, é sempre importante fazer um backup completo do diretório home e de outras pastas do sistema onde guarde arquivos, só por via das dúvidas.
Gerenciadores: Synaptic e gnome-app-install
Além do gerenciador de atualizações e da dupla apt-get/aptitude, o Ubuntu inclui também o "gnome-app-install" (Aplicativos > Adicionar/Remover), que serve como um gerenciador simples, para instalar aplicativos comuns:
Ele é um aplicativo destinado a iniciantes, que permite instalar os programas mais usados com dois cliques. A principal vantagem é justamente o fato de ele ser simples e mostrar apenas uma lista de aplicativos mais usados, excluindo bibliotecas e componentes incomuns,
Para quem procura uma opção mais avançada, está disponível o Synaptic ("Sistema > Administração > Gerenciador de Pacotes Synaptic"), uma ferramenta originalmente desenvolvida pela equipe da Conectiva, mas que hoje pode ser encontrada em diversas distribuições. Ele pode ser instalado em outras distribuições derivadas do Debian via apt-get e também pode ser encontrado no Fedora e em outras distribuições da família do Red Hat.
O Synaptic parece complexo à primeira vista e até certo ponto realmente é, mas ele permite instalar e atualizar pacotes e alterar todas as principais configurações do apt (incluindo as fontes de atualização), sem precisar se preocupar com os arquivos de configuração. Ele oferece também uma função de busca que é bastante prática na hora de encontrar pacotes que você não lembra o nome, ou para localizar qual pacote inclui um arquivo ou componente específico.
A parte que mais assusta ao abrí-lo pela primeira vez é a quantidade de pacotes disponíveis, já que ele mostra todos os pacotes disponíveis em todos os mirrors ativados no "/etc/apt/sources.list", incluindo o Universe, Backports e outros. Os pacotes estão, naturalmente, divididos em categorias. Clicando sobre os pacotes, você vê a descrição e, nas propriedades, pode ver mais detalhes, como os arquivos que fazem parte do pacotes e suas dependências, ou seja, quais outros pacotes serão instalados junto, caso resolva adicioná-lo.
Os pacotes com o quadrado em branco são os disponíveis para instalação, os com o quadrado verde são os já instalados e os com o quadrado verde com a estrelinha são os que estão instalados, porém possuem atualizações disponíveis. O ícone do Ubuntu ao lado do quadrado indica os pacotes que fazem parte do repositório principal (ou seja, os que contam com suporte oficial), permitindo diferenciá-los dos pacotes que fazem parte do Universe ou de outros repositórios:
O Synaptic permite marcar várias ações (instalar, remover e/ou atualizar vários pacotes de uma vez), por isso é interessante principalmente para quem gosta de deixar o micro ligado à noite baixando e instalando coisas. Assim como no Gparted, as modificações são realizadas de uma vez ao clicar no "Aplicar".
Clicando no "Marcar Todas as Atualizações", você instala de uma vez todas as atualizações, o que inclui não apenas as atualizações de segurança, mas também todas as atualizações gerais, para todos os programas instalados. Essencialmente, é o mesmo trabalho feito pelo gerenciador de atualizações.
Dentro dos menus você encontra mais algumas opções úteis. A opção "Editar > Consertar Pacotes Quebrados", por exemplo, equivale ao comando "apt-get -f install", permitindo resolver automaticamente problemas causado pela instalação manual de pacotes com dependências quebradas.
A opção "Editar > Adicionar CD-ROM" permite que você adicione CDs ou DVDs contendo conjuntos de pacotes como repositórios para o apt-get, de forma que o Synaptic instale pacotes a partir dos CDs ao invés de baixá-los da Internet.
Você pode gerar as mídias usando o APTonCD, que oferece uma opção fácil para fazer download dos repositórios (certifique-se de ter bastante espaço em disco, já que repositórios como o Universe ultrapassam a marca dos 10 GB de pacotes). Ele pode ser obtido no http://aptoncd.sourceforge.net/ ou diretamente via apt-get ("sudo apt-get install aptoncd"). Se você acessa via proxy, pode configurar o Synaptic para utilizá-lo através do Configurações > Preferências > Rede.
Codecs e Plugins
O formato mais rudimentar para codificação de áudio é o WAV, que simplesmente armazena o som em formato não comprimido. Similarmente, o formato RAW permite salvar vídeos sem compressão, simplesmente gerando uma seqüência de imagens em bitmap com os quadros do vídeo. Os dois formatos são bastante simples e exigem pouco processamento para serem exibidos.
O grande problema é que os arquivos são muito grande, o que os torna impróprios para transmissão via web, ou mesmo para uso em sistemas de TV digital. Isso levou ao surgimento de diversos sistemas de compressão de áudio e vídeo, como o MP3, AAC, Vorbis (OGG), FLAC, MPEG-4, Theora, WMV e tantos outros, que permitem gerar arquivos menores.
Estes formatos podem ser divididos em dois grupos: os formatos livres, como o OGG, o FLAC e o Theora, cujos codecs podem ser distribuídos livremente e que por isso podem ser encontrados pré-instalados em quase todas as distribuições atuais e os formatos proprietários e/ou patenteados, como o MP3, AAC, MPEG-4, etc. cujos proprietários criam obstáculos para uso no Linux (e para a inclusão em players open-source ou gratuitos de maneira geral), restringindo ou cobrando royalties sobre a distribuição dos codecs.
Por melhores que sejam os codecs livres, na maioria dos casos a escolha do codec usado não é exatamente uma escolha, pois é feita não por você, mas sim por quem gerou o arquivo. Isso faz com que, no final das contas, você não tenha muita escolha a não ser manter uma boa coleção de codecs instalados, de maneira a poder abrir vários tipos de arquivos.
Entram em cena então os projetos de codecs open-source, como o Lame, que permite ouvir e gerar arquivos mp3. Eles são desenvolvidos através de engenharia reversa, onde o desenvolvedor analiza o resultado da codificação e decodificação usando os codecs originais e desenvolve um algoritmo próprio que gere um resultado similar. Estes algoritmos, juntamente com o restante do código-fonte são protegidos pela lei da livre expressão, uma vez que são apenas uma forma de descrever o funcionamento do algoritmo. Entretanto, quando compilados eles se enquadram na questão das patentes, o que dificulta a distribuição.
É importante enfatizar que a distribuição dos pacotes compilados do Lame e de outros codecs open-source não tem nada de ilegal. O grande problema é que abre margem para cobrança de royalties por parte dos detentores dos direitos, o que faz com que praticamente nenhuma das grandes distribuições os incluam por padrão, muito embora você possa instalá-los facilmente através de repositórios adicionais, como no caso do PLF (do Mandriva) e o Medibuntu.
Mas primeiras versões do Ubuntu, a Conical adotou uma postura bem conservadora, não incluindo os codecs em nenhum dos repositórios e não oferecendo nenhuma maneira simples de instalá-los. Com isso, os usuários precisavam adicionar os repositórios e instalá-los manualmente, o que levou ao surgimento de projetos como o Automatix, um conjunto de scripts que automatizava a instalação.
Nas versões atuais, as coisas são muito mais simples. A maior parte dos pacotes necessários são disponibilizados através do repositório multiverse e, ao tentar abrir um arquivo em um formato não suportado, o reprodutor de mídia dispara um assistente que localiza os pacotes necessários e oferece a instalação:
Você pode também instalar os pacotes diretamente usando o apt-get:


# apt-get install gstreamer0.10-ffmpeg gstreamer0.10-plugins-good gstreamer0.10-plugins-bad-multiverse gstreamer0.10-lame


Outra facilidade é o pacote "ubuntu-restricted-extras ", um metapacote que se encarrega da instalação de diversos componentes, incluindo o suporte a flash e java no Firefox, um conjunto bastante completo de codecs e até mesmo o pacote msttcorefonts, que instala algunas fontes truetype do Windows:


$ sudo apt-get install ubuntu-restricted-extras


Assim como outros metapacotes, o ubuntu-restricted-extras é apenas um pacote vazio, que lista vários outros pacotes em sua lista de dependências. Ao instalá-lo, o apt verifica a lista e instala junto todos os pacotes citados. Em outras palavras, ele é apenas uma âncora, destinada a facilitar a instalação de um grupo pode outros pacotes. Instalá-lo, equivale a instalar manualmente os pacotes:

gstreamer0.10-plugins-ugly gstreamer0.10-plugins-ugly-multiverse msttcorefonts flashplugin-nonfree unrar gstreamer0.10-plugins-bad gstreamer0.10-plugins-bad-multiverse gstreamer0.10-ffmpeg libavcodec-unstripped-51 gstreamer0.10-pitfdll libmp3lame0 libdvdread3 sun-java6-plugin


Para ativar o suporte a DVDs protegidos nos players de vídeo, é preciso instalar o pacote libdvdcss2, que inclui a biblioteca necessária para quebrar a encriptação. Ele complementa o pacote "libdvdread3", que permite visualizar os menus de abertura dos DVDs. Ele está disponível no repositório do Medibuntu, que você precisa ter ativado previamente:


$ sudo apt-get install libdvdcss2


Diferente de softwares anteriores, que utilizavam um conjunto de chaves de encriptação crackeadas para ganhar acesso aos DVDs, o libdvdcss utiliza um sistema mais elegante, onde a biblioteca gera um conjunto de chaves de desencriptação, que testa uma a uma até encontrar uma que permita abrir o disco.
A legalidade do libdvdcss2 nunca foi contestada na justiça (e é improvável que isso aconteça agora, quando o DVD já está em processo de substituição pelo BlueRay), mas a possibilidade de contestação com base no DMCA (a lei norte-americana que proíbe a circunvenção de sistemas de criptografia) faz com que ele não seja incluído nos repositórios oficiais do Ubuntu, daí a necessidade de instalá-lo a partir do Medibuntu.
Outro pacote recomendável em se tratando de formatos de mídia é o w32codecs, que permite abrir arquivos WMV e QuickTime. Ele inclui alguns arquivos .dll extraídos dos players para Windows o que faz com que (muito embora os players sejam de uso gratuito) eles sejam considerados proprietários e por isso não incluídos nos repositórios principais. Este é mais um pacote que pode ser encontrado apenas no Medibuntu:


$ sudo apt-get install w32codecs


Se por acaso a placa de som não tiver sido detectada pelo sistema, experimente instalar o pacote "alsa-firmware". Ele inclui alguns firmwares proprietários que são necessários para ativar algumas placas, como a ESS Maestro3, Tascam USX2Y USB, Turtle Beach Wavefront e a Yamaha DS-1 PCI. Depois de instalá-los, rode o "sudo alsaconf" no terminal (ou reinicie o micro) e ela deverá passar a funcionar normalmente:


$ sudo apt-get install alsa-firmware


O Medibuntu inclui também pacotes para o Acrobat Reader (http://get.adobe.com/br/reader/otherversions/), Skype (http://skype.com/download/skype/linux/) e o Google Earth (http://earth.google.com.br/download-earth.html).
Estes pacotes possuem exatamente os mesmos arquivos que seriam copiados ao instalar os aplicativos manualmente. A vantagem é que a instalação é mais simples e você passa a poder atualizá-los via apt-get, juntamente com o restante do sistema:


$ sudo apt-get install acroread skype googleearth


Caso esteja interessado no Picasa ou no Google Desktop, baixe o pacote .deb no http://desktop.google.com/linux/ ou http://picasa.google.com/linux/ e instale usando o dpkg, como em:


$ sudo picasa_3.0-current_i386.deb


Estes pacotes são desenvolvidos para não possuírem dependências externas e poderem por isso serem instalados no Debian, no Ubuntu ou em qualquer distribuição derivada deles. Em compensação, o fato de os pacotes incluírem todos os componentes necessários faz com que eles sejam muito grandes. Se eles fossem lançados como aplicativos open-source e os pacotes fossem compilados pela equipe do Ubuntu, aproveitando os componentes já incluídos no sistema, os pacotes seriam bem menores.
Com relação aos players de mídia Ubuntu utiliza por padrão o Totem, que é o player padrão do Gnome. Ele foi criticado nas primeiras versões por incluir poucas funções, ma nas versões atuais ele se tornou um player bastante competente. De qualquer maneira, é interessante ter à mão também o VLC e o Mplayer, que permitem abrir muitos vídeos danificados ou em formatos exóticos, onde Totem pede água:


$ sudo apt-gt install vlc mplayer


Outra boa opção é o Dragonplayer, um derivado do Mplayer, que utiliza uma interface simples. Ele depende de várias bibliotecas do KDE, por isso é interessante apenas se você pretender instalar também outros aplicativos baseados no QT:


$ sudo apt-get install dragonplayer


Drivers Adicionais


Um problema clássico das distribuições Linux, que em maior ou menor grau persiste até hoje é a questão dos drivers proprietários, que são distribuídos em formato binário (ou seja, sem que o código fonte seja disponibilizado) ou através de licenças restritivas, que impeçam a redistribuição. Estes dois fatores fazem com que as grandes distribuições não os incluem por padrão, resultando no clássico problema de você precisar baixar e instalar o driver manualmente.
O "Drivers de hardware" (Gerenciador de drivers restritos) foi a solução encontrada pelos desenvolvedores do Ubuntu para facilitar a instalação dos drivers, sem contudo precisar incluí-los diretamente na distribuição. Ele é um utilitário que detecta o uso de dispositivos que precisam de drivers adicionais e se oferece para instalá-los automaticamente:
A lista inclui os drivers 3D para placas da ATI e da nVidia e também drivers para placas wireless com chipset Atheros (que nas versões recentes passaram a vir pré-instalados no sistema) e também drivers para algumas impressoras, softmodems e placas de TV.
Embora ajude, o utilitário está longe de ser infalível, por isso problemas são relativamente comuns. Na maioria dos casos, você pode simplesmente desativar o driver e refazer a instalação usando os passos manuais, mas em casos de problemas na instalação dos drivers 3D você pode cair no clássico caso do X não abrir mais. Nesses casos, a solução é pressionar Ctrl+Alt+F2 para ir ao terminal de texto e remover o driver manualmente, reinstalando o driver open-source em seguida, como em:


# apt-get remove --purge fglrx* xserver-xorg-video-ati


# apt-get install xserver-xorg-video-ati


Note que os pacotes com os drivers do X.org no Ubuntu recebem todos o prefixo "xserver-xorg-video", como em "xserver-xorg-video-nv" ou "xserver-xorg-video-intel".
Outra iniciativa para facilitar a instalação dos drivers de placas ATI e nVidia no Ubuntu (este não suportado oficialmente) é o Envy, disponível no: http://albertomilone.com/nvidia_scripts1.html
Configurando Impressoras
As versões recentes do Ubuntu utilizam o system-config-printer, que é o mesmo utilitário de configuração de impressoras usado no Fedora (versões antigas usavam o "gnome-cups-add", que era bem mais limitado). Ele está disponível através do "Sistema > Administração > Impressão" e permite adicionar impressoras (tanto impressoras locais quanto de rede) de forma bastante simples através do "Server > New > Printer".
Para instalar uma impressora compartilhada em uma máquina Windows (ou em um servidor Linux rodando o Samba), você usaria a opção "Windows Printer via Samba", usando a função de localizar, ou especificando o endereço da impressora na rede, como em "smb://servidor/impressora" e para adicionar uma impressora compartilhada através do Cups usaria o "Internet Printing Protocol (ipp)" indicando o endereço do servidor.
Entretanto, na grande maioria dos casos você não precisará fazer nenhuma configuração adicional, já que as impressoras locais suportadas são automaticamente adicionadas pelo Cups, com a interface servindo mais para ajustar as preferências de impressão e (em um servidor ou em uma máquina usada por vários usuários) as permissões de impressão.
Uma crítica comum às versões antigas do Ubuntu era que elas não ofereciam nenhuma opção simples para compartilhar impressoras usando o recurso nativo de compartilhamento do Cups (acessível através da porta 631) nem para acessar impressoras compartilhadas em outras máquinas. Naturalmente, era perfeitamente possível fazer a configuração manualmente, editando o arquivo "/etc/cups/cupsd.conf", mas esta não era uma solução muito prática.
Isso foi solucionado com a inclusão de uma seção dentro da configuração, disponível através do "Server > Settings". Basta marcar a opção "Publish shared printers connected to this system" para que as impressoras sejam automaticamente compartilhadas com outras máquinas Linux da rede. Para que o compartilhamento funcione, é necessário que a porta 631 esteja aberta no firewall (caso usado):
Como pode imaginar, a opção "Mostrar impressoras compartilhadas por outros sistemas" é destinada a ativar a configuração automática de impressoras compartilhadas em outras máquinas, e deve ser ativada em todas as outras máquinas da rede de onde você pretender usar a impressora. Desde que as outras máquinas também estejam com a porta 631 aberta no firewall e estejam utilizando uma versão minimamente atual do cups, a configuração é também feita de forma automática.
Por default, o servidor permite apenas impressões a partir de micros da rede local (ele verifica a faixa usada pela interface e cruza com uma tabela de endereços de rede interna), o que evita a possibilidade de você esquecer a impressora compartilhada ao se conectar diretamente à web (usando um modem 3G, por exemplo), e algum engraçadinho se aproveitar disso para acabar com seus cartuchos.
Concluindo, a opção "Permitir administração remota" permite que a interface de administração do Cups seja acessada via navegador por outras máquinas da rede local, através da porta 631 do seu micro, como em "http://192.168.1.21:631". Por padrão, a interface pode ser acessada apenas localmente.
É possível também acessar as impressoras compartilhadas através de PCs com o Windows, mas nesse caso você precisa fazer a instalação manualmente, através do "Painel de Controle > Impressora > Adicionar Impressora > Impressora de rede". Selecione a opção "Conectar-se a uma impressora na internet ou na intranet" e preencha o campo "URL" com o endereço do servidor, seguido por um "/printers/" e o nome da impressora (da mesma maneira que aparece na interface de administração) como em "http://192.168.1.1:631/printers/Officejet-J3600-series". Você vai precisar ter em mãos os CDs com os drivers para Windows da impressora, já que ele não é capaz de usar os drivers do Cups, como no caso dos clientes Linux.
Para as impressoras e multifuncionais da HP, é usado o "Sistema > Preferências > HPLIP Toolbox". Como você já deve ter me visto dizer várias vezes, as impressoras e multifuncionais da HP possuem um excelente suporte no Linux, graças aos esforços da própria HP em desenvolver drivers e utilitários open-source para Linux. Graças a isso, os drivers de impressão são diretamente integrados às distribuições e (desde que você esteja usando uma distribuição suficientemente recente) as impressoras são detectadas automaticamente quando plugadas.
O HPLIP Toolbox complementa os drivers, oferecendo as opções para enviar fax e escanear imagens (disponíveis ao usar uma multifuncional), monitorar o nível dos cartuchos e outras funções. Ele possui também uma opção para detectar novas impressoras (Atualizar dispositivo), mas na grande maioria das vezes a detecção é automática:
Para usar as funções de escaneamento de páginas, é necessário instalar os pacotes "sane" e "xsane", que não são instalados por padrão no Ubuntu:


$ sudo apt-get install sane xsane


Com o Sane instalado, clicar no "Iniciar trabalho de digitalização" abre uma janela do Xsane, onde você pode ajustar as opções de cor, brilho contraste e assim por diante. Terminado, basta clicar no "Digitalizar" para escanear a imagem:
Configuração da Rede
O Ubuntu gerencia as interfaces de rede usando o NetworkManager, um utilitário de configuração de rede de "nova geração", que utiliza as informações coletadas pelo HAL para detectar as interfaces que estão disponíveis, oferecendo um menu de opções que permite que você se conecte a redes wireless e alterne entre as redes disponíveis de maneira bastante prática.
Ao ativar o transmissor da rede wireless, ele detecta as redes disponíveis e mostra a lista através do applet ao lado do relógio. Ao se conectar a uma rede protegida, ele se oferece para salvar a passphrase e guarda a configuração, passando a se conectar à rede automaticamente quando ela estiver disponível:
Ao plugar um cabo de rede, ele chaveia automaticamente da rede wireless para a rede cabeada, obtendo a configuração via DHCP. Desconectando o cabo de rede, ele volta a tentar se conectar a uma das redes wireless disponíveis, e assim por diante.
Por default, ele tenta configurar todas as conexões via DHCP (e desativa a conexão caso o DHCP não esteja disponível, ou o servidor esteja fora do ar), mas você pode também configurar os endereços manualmente acessando as propriedades da interface, clicando com o botão direito sobre o applet e acessando o "Editar conexões".
A partir do Ubuntu 8.10 ele oferece suporte até mesmo a alguns modems 3G, modems ADSL configurados em modo bridge (conexão via PPPoE) e até mesmo a conexão com VPNs, oferecendo uma solução de conectividade bastante completa.
Embora tenha sido criticado em suas primeiras versões, devido a problemas diversos, o NetworkManager cresceu e se tornou uma solução bastante estável a partir do Ubuntu 8.10.
De qualquer forma, o uso do NetworkManager não impede que você configure a rede manualmente caso desejado; para isso, basta adicionar a configuração da rede no arquivo "/etc/network/interfaces". O NetworkManager monitora a configuração do arquivo e deixa de monitorar interfaces manualmente especificadas nele.
Por padrão, o arquivo inclui referência apenas à interface de loopback, permitindo que o NetworkManager monitore as demais interfaces:

auto lo iface lo inet loopback


Ao adicionar uma configuração manual de rede dentro do arquivo, o sistema passa a usar a configuração especificada, desativando o uso do NetworkManager. Esta é uma boa solução se você usa um desktop conectado a uma rede cabeada e não tem necessidade de ficar alternando entre redes. Um exemplo de configuração seria:

auto lo eth0 iface lo inet loopback iface eth0 inet static address 192.168.1.23 netmask 255.255.255.0 network 192.168.1.0 broadcast 192.168.1.255 gateway 192.168.1.1


Se você estiver usando uma placa wireless, a configuração manual é feita em dois passos. O primeiro é gerar o arquivo de configuração do wpa_supplicant, usando o wpa_passphrase, especificando o nome da rede (ex: rede) e a passphrase de acesso (ex: 123456), como em:


# wpa_passphrase rede 123456 > /etc/wpa_supplicant.conf


Assim como em outros comandos que escrevem diretamente em arquivos, ele precisa ser executado diretamente como root, não com o sudo.
Com o arquivo de configuração gerado, falta apenas a configuração no arquivo "/etc/network/interfaces". A configuração é a mesma que a usamos para placas cabeadas, com a adição de duas novas linhas, que ativam o uso do wpa_supplicant e indicam o arquivo de configuração que será usado, como em:

auto lo wlan0 iface lo inet loopback iface wlan0 inet static address 192.168.1.23 netmask 255.255.255.0 network 192.168.1.0 broadcast 192.168.1.255 gateway 192.168.1.1 wpa-driver wext wpa-conf /etc/wpa_supplicant.conf


Edite também o arquivo "/etc/resolv.conf", adicionando os endereços dos servidores DNS (um por linha), como em:


nameserver 208.67.222.222 nameserver 208.67.220.220


Se mudar de idéia, basta desfazer as alterações e o NetworkManager voltará a gerenciar as interfaces.
O NetworkManager roda como um serviço de sistema, e não como um aplicativo. É por isso que você não consegue desabilitá-lo diretamente através do ambiente gráfico. O ícone que aparece ao lado do relógio é na verdade uma instância do "nm-applet", um pequeno utilitário destinado apenas a mostrar as redes disponíveis e permitir que você altere a configuração.
Para desativá-lo, é necessário parar diretamente o serviço, usando o comando "/etc/init.d/NetworkManager stop" (para o serviço temporariamente) ou "update-rc.d NetworkManager remove" (desativa em definitivo, fazendo com que ele deixe se ser carregado durante o boot). Entretanto, isso é desnecessário na maior parte dos casos, uma vez que você pode desativá-lo simplesmente especificando a configuração de rede no "/etc/network/interfaces".
Instalado o KDE
A decisão da equipe do Ubuntu em utilizar o Gnome como desktop padrão, levou ao surgimento do Kubuntu, uma versão derivada que tem por objetivo oferecer uma opção baseada no KDE.
A idéia do Kubuntu é manter as principais características do Ubuntu original, compartilhando do mesmo repositório de pacotes, utilizando uma versão levemente modificada do mesmo instalador e mantendo o uso dos mesmos serviços e utilitários básicos, mas substituir o ambiente de trabalho e os aplicativos por versões alternativas, baseadas na biblioteca QT.
A equipe do Kubuntu é também a responsável pelo desenvolvimento dos pacotes do KDE e de aplicativos baseados nele, que estão disponíveis no repositório Universe, garantindo que aplicativos como o Konqueror e o K3B possam ser instalados também sobre o Ubuntu, sem percalços, basta usar o apt.
Como de praxe, o volume de dependências ao instalá-los sobre o Ubuntu é considerável, uma vez que será necessário instalar também as bibliotecas do KDE, mas isso não chega a ser um grande problema para quem utiliza uma conexão de banda larga.
Se você preferir instalar o KDE completo, a melhor opção é instalar o meta-pacote "kubuntu-desktop", que instala um conjunto completo (pouco mais de 240 MB), contendo o KDE e o conjunto básico de aplicativos. A partir daí, ambos os ambientes ficam instalados e você pode escolher qual usar na tela de boot:

$ sudo apt-get install kubuntu-desktop


Se preferir um conjunto menor, apenas com os pacotes base do KDE, experimente instalar o pacote "kdebase". Acrescente sempre o pacote "kde-i18n-ptbr" na atualização, para que os aplicativos fiquem em português:


$ sudo apt-get install kdebase kde-i18n-ptbr


Mais Opções de Administração
Na segunda parte do tutorial, mostrei as opções do "Sistema > Preferências", que inclui as opções de usuário. Vamos agora ao resumo das opções do "Sistema Administração" que ainda não foram abordadas em outros tópicos:
Autorizações: As primeiras versões do Ubuntu simplesmente utilizavam o gksu para executar as ferramentas administrativas que precisavam de acesso de root, solicitando a senha antes de abrir. A partir do Ubuntu 8.04 passou a ser usado o PolicyKit, que permite ajustar as permissões de maneira mais granular, melhorando a segurança geral do sistema. Visualmente, não existem grandes mudanças, já que os aplicativos continuam confirmando sua senha antes de permitirem acesso às configurações, mas internamente o sistema é bem diferente.
O Autorizações (polkit-gnome-authorization) é uma interface para o PolicyKi, que permite ajustar as permissões. Ele é intencionalmente pouco intuitivo (já que a idéia é que seja usado apenas por usuários avançados) mas a configuração não é tão complicada quanto pode parecer à primeira vista.
A coluna da esquerda inclui os aplicativos, organizados com base no desenvolvedor (Gnome, Ubuntu, etc.) e a da direita permite ajustar a autenticação. O "Console Ativo: No" simplesmente desativa os botões de destravamento, bloqueando o acesso às opções administrativas dentro do aplicativo, para todos.
O "Admin Authentication" (que é o default para a maioria das opções) faz com que elas fiquem acessíveis apenas para os usuários do sistema que podem usar o sudo, enquanto o "Authentication" libera o uso para todos os usuários do sistema (depois de confirmar a senha).
As opções "keep session" e "keep indefinitely" permitem salvar a senha (apenas durante a sessão, ou indefinidamente), para que você não precise digitar a senha novamente toda hora:
De uma maneira geral, você utilizará o Autorizações apenas quando quiser liberar o acesso a algum utilitário específico para usuários não administrativos (ou seja, outros usuários do sistema, que não foram incluídos no grupo "admin" e que por isso não possuem permissão para usar o sudo) ou quando quiser mudar o default para que a senha seja solicitada apenas uma vez por sessão.
Create a USB statup disk: Permite instalar o sistema em um pendrive, com direito a uma imagem de loopback para salvar as configurações e programas adicionais. Veja mais detalhes no: http://www.gdhpress.com.br/blog/ubuntu-em-pendrives/
Data e Hora: Apesar de ser uma configuração básica, o ajuste da data no Linux é uma configuração de sistema, que pode ser alterada apenas pelo root, daí a necessidade de clicar no "Desbloquear" para liberar a edição. O principal motivo disso é que o horário do sistema é utilizado por diversos serviços, tendo efeito até mesmo sobre o uso das chaves PGP.
Se o relógio estiver muito atrasado (como em casos em que a placa-mãe perde as configurações do setup e o relógio volta à data default, alguns anos no passado) o apt-get passa a exibir um "Unknown error executing gpg" ao tentar instalar pacotes.
A principal dica é que você não precisa ficar se preocupando em ajustar o horário do relógio manualmente, nem ficar corrigindo atrasos causados por imprecisão do relógio da placa-mãe; basta usar a opção "Configuração: Manter sincronizado com servidores na Internet", que ativa o sincronismo via NTP:
Ao ativar a instalação, o utilitário pedirá permissão para instalar o NTP, que é o serviço responsável pelo sincronismo do relógio. O NTP permite que o relógio da sua máquina seja sincronizado em relação a servidores ligados a relógios atômicos, com o sincronismo sendo feito de maneira automática. O protocolo NTP leva em conta o ping entre as máquinas e outros fatores para fazer as atualizações, o que resulta em um horário extremamente preciso.
Drivers de hardware: Este é o link para o gerenciador de drivers restritos, que permite instalar os drivers da nVidia, ATI e outros drivers proprietários no Ubuntu. Na maioria dos casos, você não precisará se preocupar com ele, uma vez que ele fica ativo ao lado do relógio e pergunta se você quer instalar os drivers correspondentes sempre que detecta uma placa compatível. Entretanto, ele fica disponível para quem você possa desativar os drivers em caso de problemas.
Editor de Partições: Este nada mais é do que um atalho para o Gparted.
Ferramentas de rede: Este é um utilitário de verificação e diagnóstico de redes, que mostra a configuração atual de cada uma das interfaces de rede (incluindo os endereços, volume de dados transmitidos, MTU, velocidade do link e outras informações) e inclui opções para traçar rotas, verificar as portas abertas em outras máquinas, ver as conexões abertas e assim por diante. Ele é na verdade uma interface para ferramentas em texto, como o ifconfig, ping, netstat, traceroute, nmap, dig, finger e whois, que são velhas conhecidas dos administradores de sistema:
Ele facilita bastante as coisas em diversas situações, permitindo que você faça uma varredura de portas em uma máquina da rede (ou em um servidor remoto) de forma rápida, sem precisar lidar com os parâmetros do nmap, por exemplo.
Janela de início de sessão: Este é um atalho para o gdmsetup, que é o configurador usado em distribuições que utilizam o GDM como gerenciador de login. Além das opções visuais e de acessibilidade, o configurador inclui opções para ativar o XDMCP, que permite que você se logue em outras máquinas da rede e rode aplicativos remotamente.
Por não utilizar nenhum tipo de encriptação, o XDMCP é bastante inseguro, mas você pode usá-lo como uma forma simples de acessar outras máquinas da rede local. Para isso, basta acessar a aba "Remoto" e mudar a opção para "Simples com o navegador de faces" (a opção "Mesmo que o local", não funciona em algumas versões do GDM, um bug bem conhecido).
Para que a alteração entre em vigor, é necessário reiniciar a máquina, ou reiniciar o serviço gdm através de um dos terminais de texto puro. A partir daí, basta usar a opção "Opções > Sessão Remota via XDMCP" na tela de login das outras máquinas para abrir a sessão remota. Você vê a tela de login do servidor e pode se logar usando qualquer um dos logins cadastrados.
Na aba "Segurança" você pode ativar ou desativar o login automático (a mesma opção que é oferecida durante a instalação) e, caso realmente faça questão, ativar o login como root (a opção "Permitir início de sessão do administrador"), que vem desativado por padrão.
Log do sistema: Este é um gerenciador de logs simples, que reúne vários arquivos de log do sistema em um único local, facilitando o acesso a eles.
Serviços: Este é o atalho para o services-admin, o gerenciador de serviços do sistema. Ele mostra apenas um conjunto reduzido de serviços, considerados opcionais. Para ver a lista completa, é necessário abrir o terminal e ir diretamente à pasta "/etc/rc2.d", onde ficam os links que carregam os serviços durante o boot.
Outra observação importante é que, no Ubuntu, a maioria dos componentes do sistema carregados durante o boot não são serviços, mas sim componentes do Gnome e acessórios diversos, carregados durante a abertura do ambiente gráfico, que podem ser desativados através do "Sistema > Preferências > Sessões".
Suporte a Idiomas: Por default, o instalador baixa apenas os pacotes de idioma para a linguagem escolhida da tela de boot. Entretanto, você pode instalar o suporte a vários idiomas e alternar entre eles conforme desejado. Isso acaba sendo bastante útil se você divide o PC com pessoas que falam outras línguas, ou se precisar de screenshots do sistema em outros idiomas para usar em artigos ou wikis.
Teste de hardware: Uma das grandes dificuldades em qualquer distribuição é manter o sistema compatível com o maior número de máquinas possível, evitando regressões (quando um componente que funciona em uma versão deixa de funcionar na seguinte), adicionando novos drivers e incluindo workarounds (scripts, exceções ou remendos diversos) para adicionar suporte a periféricos difíceis. Este é um problema ainda mais crítico no caso do Ubuntu, onde o sistema se propõe a detectar tudo automaticamente, escondendo as configurações.
Fonte: http://www.guiadohardware.net/tutoriais/ubuntu/

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