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28 de agosto de 2010

Tutorial Ubuntu - Personalização

Essa segunda parte do tutorial é dedicada a destrinchar a configuração do Ubuntu após a instalação, incluindo a personalização do Gnome, utilitários de configuração e outras opções de personalização do sistema.
O Ubuntu utiliza uma configuração clássica do Gnome, com duas barras. A barra superior, com o iniciar e os atalhos para os programas é inspirada no MacOS clássico, enquanto a barra interior, com os botões das janelas ativas acabou sendo uma evolução natural do conceito, já que não apenas no Windows, mas na maioria dos outros sistemas, o chaveamento entre os programas abertos é feito através de botões na barra inferior:
 



















Este sistema com duas barras permite usar mais atalhos para programas e gadgets, já que você tem uma barra reservada apenas para eles, o problema é que as duas barras reduzem o espaço útil, o que é um problema sobretudo nas telas widescreen, onde temos apenas 600 ou 800 pixels de resolução vertical.
Naturalmente, esta configuração padrão é apenas uma sugestão, que você pode personalizar a gosto. Uma configuração comum é simplesmente mover a barra superior para a base da tela, mantendo as duas barras:
Para isso, basta destravar a barra (clicando com o botão direito sobre ela e usando a opção "Permitir movimento do painel") e, na janela de propriedades, alterar a orientação de superior para inferior:



Você pode também eliminar completamente a segunda barra, transferindo todos os applets que deseja usar para ela e em seguida eliminar a barra que não será mais usada. Essa é uma configuração muito comum, pois aumenta a área útil da tela.
Configuração dos applets
Clicando sobre uma das barras existentes, você verá um menu como o do screenshot a seguir. Aqui você pode adicionar applets à barra de tarefas (relógio, monitor de sistema, lista de janelas, menu, etc.), adicionar atalhos para aplicativos do menu, além de configurar a largura da barra, criar novas barras ou simplesmente deletá-la. A barra em si é apenas um espaço para incluir os applets que você usa:
 

















Os applets básicos são o "Lista de Janelas", que corresponde à barra de tarefas, o "Barra de menu", que corresponde ao conjunto dos menus "Aplicativos", "Locais" e "Sistema", a lixeira, o monitor de carga de bateria (ao usar um notebook), o botão "Mostrar área de trabalho" e o relógio.
Além dos applets mais conhecidos, é possível adicionar um conjunto muito grande de outros applets, incluindo monitores de sistema, monitores de rede e modem, utilitários para trocar o layout do teclado e acessórios diversos.
Clicando sobre qualquer um dos componentes adicionados à barra de tarefas você tem acesso a mais um menu, que permite mover ou editar as propriedades. No caso do applet para medir a freqüência do processador, por exemplo, é possível fazer com que seja exibido apenas o ícone (em vez do ícone e o texto), de forma de ele ocupe menos espaço na barra de tarefas. O mesmo vale para o relógio, que pode ser ajustado para mostrar apenas a hora em vez de a hora, a data, a previsão do tempo e a pia da cozinha:
 
















Outro applet interessante é a gaveta, que permite adicionar sub-menus, contendo ícones adicionais. Ela é bastante prática para agrupar ícones de aplicativos que você usa com freqüência, sem precisar deixar todos visíveis na barra principal. Com a gaveta você pode ter vários ícones no espaço de um:
 















Um painel de controle para o Ubuntu
Diferente do KDE (e também do Windows), onde as opções de configuração são exibidas dentro do menu iniciar, o Gnome utiliza três menus separados: "Aplicativos" (o bom e velho iniciar), "Locais" (atalhos para as pastas, partições e compartilhamentos de rede) e "Sistema", que agrupa as opções de configuração. Essa divisão foi criada para facilitar a organização, seguindo a filosofia de dividir as opções de acordo com a função, mas ela tem também um ponto ruim, que é o fato de consumir mais espaço na barra:
Nas primeiras versões, o Ubuntu não oferecia nenhum utilitário para editar o menu iniciar (o que levou ao aparecimento de diversas opções de editores), mas esse problema foi logo resolvido. O editor de menus pode ser acessado através do "Sistema > Preferências > Menu Principal", ou simplesmente clicando com o botão direito sobre o "Aplicativos".
Uma característica digna de nota é que você pode selecionar os ícones que serão exibidos, marcando-os ou desmarcando-os na lista. Isso permite remover aplicativos que não usa do menu, sem precisar desinstalá-los nem deletar os ícones. Por default, o sistema oculta os ícones de diversos aplicativos, mas você pode ativá-los rapidamente.
Um ícone bastante útil, que vem desativado por padrão (pelo menos até o Ubuntu 8.10) é o "Sistema > Centro de Controle", um utilitário que agrupa as funções que estão originalmente espalhadas pelo "Sistema Preferências" e o "Sistema Administração" em uma única janela:
 
Como de praxe, você pode também usar o editor de menus para criar novas pastas e novos atalhos, reorganizando o menu como desejar. Você pode também criar atalhos para comandos que usa com freqüência, como por exemplo comandos do rdesktop para acessar servidores remotos, a fim de executá-los com um único clique, basta usar a opção "Aplicativo de terminal" no "Tipo". Você pode também criar atalhos para bastas, usando a opção "Localização":













Assim como em outros utilitários do Gnome, o editor de menus não oferece um botão "aplicar". Todas as alteração são simplesmente salvas diretamente nos respectivos arquivos de configuração, conforme alteradas. Por um lado isso torna a configuração mais dinâmica, já que você não precisa se lembrar de aplicar as configurações antes de sair, mas por outro torna mais fácil cometer erros. No caso do editor de menus existe um botão "Reverter", mas outros utilitários simplesmente esperam que você se lembre o que alterou caso queira voltar à configuração anterior.
Editor de Configurações
Assim como o KDE, o Gnome não é um simples gerenciador de janelas, mas sim um "desktop", com um conjunto de bibliotecas, ferramentas de desenvolvimento e vários programas que facilitam o uso e configuração do sistema. Com exceção do Kernel e drivers, tanto o Gnome quanto o KDE são praticamente sistemas operacionais completos.
As principais diferenças entre os dois são a biblioteca usada e a filosofia de desenvolvimento. O Gnome é baseado na biblioteca GTK2, quanto o KDE usa a Qt. O KDE segue uma filosofia "mais é mais", onde temos um ambiente com muitas opções de configuração, que agrada a usuários avançados. O Gnome por sua vez utiliza uma filosofia "menos é mais", onde os aplicativos e menus conservam apenas as opções mais usadas e mais importantes, de forma a facilitar o uso, o que, por sua vez, torna o uso do sistema mais simples, o que agrada muitos iniciantes.
As limitações da filosofia do KDE se tornam óbvias quando você começa a encontrar opções com o mesmo nome, mas que servem para coisas diferentes dentro dos menus e a se perder no meio das opções do Centro de Controle, enquanto no caso do Gnome as limitações surgem quando você quer fazer algo e simplesmente percebe que não existe uma opção para isso.
O Gnome oferece um conjunto relativamente grande de utilitários de configuração, disponíveis no "Sistema > Preferências", que agrupa as opções visuais e outras configurações particulares, que são armazenadas em arquivos no seu diretório home e podem ser alteradas sem usar o sudo ou o root.
As funções consideradas mais "avançadas" (como exibir um ícone da lixeira no desktop, ou reduzir o tamanho dos botões no Nautilus) ficam disponíveis através do "gconf-editor", uma espécie de "editor de registro", que permite alterar as opções e variáveis incluídas nos arquivos de configuração manualmente:
 














Ele não é um aplicativo muito amigável, pois a idéia é que você o use apenas para alterar opções específicas, citadas em dicas ou em tutoriais. Apesar disso, nada impede que você saia fuçando nas opções, para descobrir o que cada uma faz. A dica nesse caso é que você crie uma nova conta de usuário e se logue com ele na hora de fuçar, evitando assim bagunçar suas configurações.
O Ubuntu Tweak (http://ubuntu-tweak.com/) é um painel gráfico que torna muitas destas configurações acessíveis, aumentando bastante a flexibilidade da interface. Ele é feito especialmente para o Ubuntu e as novas versões companham os lançamentos da distribuição, o que torna a instalação bastante simples.
A primeira opção é simplesmente baixar a última versão do pacote no http://ubuntu-tweak.com/downloads e instalá-lo usando o dpkg, como em:
$ sudo dpkg -i ubuntu-tweak_0.4.4-1~intrepid1_all.deb
Você pode também adicionar as linhas dos repositórios, especificadas na página, no arquivo "/etc/apt/sources.list" e instalá-lo diretamente via apt-get, usando o "apt-get update" e "apt-get install ubuntu-tweak".
A vantagem de adicionar os repositórios em vez de simplesmente instalar o pacote diretamente é que você pode atualizá-lo posteriormente via apt-get, juntamente com os demais pacotes do sistema. Essa é sempre a maneira mais "limpa" de instalar programas.
O pacote cria um ícone no iniciar, o "Aplicativos > Sistema > Ubuntu Tweak" e você pode também chamá-lo via terminal, através do comando "ubuntu-tweak". Aqui vai um pequeno resumo das opções:
Computador: É apenas um menu de informações não editáveis. Mostra informações como a versão do kernel, versão do Gnome, processador usado, quantidade de memória instalada e outras informações sobre o sistema.
Aplicativos: Este é um menu com funções adicionais para instalação e gerenciamento de pacotes, com funções para limpar o cache do apt-get (o "Limpeza de pacotes"), editar o arquivo sources.list e, mais interessante, um conjunto de "ícones mágicos" para instalar aplicativos adicionais, incluindo o VirtualBox, Wine e diversos outros aplicativos pré-selecionados.
Inicialização: Os aplicativos, serviços e applets que são carregados pelo Ubuntu durante o boot podem ser divididos em dois grupos: serviços de sistema, como o "bluetooth", "cups" e outros e componentes do Gnome, que são carregados durante a abertura do ambiente gráfico.
Os serviços de sistema podem ser desativados através do "Sistema > Administração > Serviços", mas não existe uma maneira prática de visualizar ou desativar os componentes que são carregados conjunto com o Gnome, mais um problema que o Ubuntu Tweak ajuda a resolver.
Alguns componentes que são fortes candidados a serem desativados são o "Assistência Visual", "Tracker" (o serviço de inexação de arquivos), "blueproximity" (pode ser configurado para travar o desktop quando você se afasta, monitorando a proximidade de um celular com Bluetooth, mas na maior parte do tempo serve só para travar o desktop em momentos inoportunos), "Verificar por novos drivers", "Evolution Alarm Notifier" (se você não usa a agenda do Evolution, não precisa dele, "Área de trabalho remota", "Gerenciador Bluetooth" (ele fica ativo em background mesmo quando não existe nenhum adaptador Bluetooth plugado) e o "Gnome Login Sound".
Área de trabalho: Ao contrário do que o nome pode sugerir, essa seção possui algumas opções bem interessante, que vão desde ajustes simples, como mostrar o ícone da lixeira na área de trabalho (permitindo que você remova o applet na barra de tarefas e libere um pouco mais de espaço para as janelas abertas), até opções para mudar o comportamento das janelas.
Pessoal: Uma das críticas de muitos contra os painéis do Gnome é que não existe uma opção para personalizar os atalhos de teclado (a única maneira de personalizá-los é através do gconf-editor) o que é mais uma carência suprida pelo Ubuntu Tweak. Outro facilitador interessante é o menu de edição de scripts, que permite que você ative scripts com junções adicionais para o Nautilus (que são exibidos quando você clica com o botão direito sobre os arquivos), incluindo opções para converter imagens, abrir programas como root e assim por diante.
Você pode também adicionar novos scripts, colocando-os na pasta "/.gnome2/nautilus-scripts", dentro do home. Você pode baixar scripts adicionais no http://g-scripts.sourceforge.net/ ou no http://mundogeek.net/nautilus-scripts/.
Sistema: Aqui estão disponíveis opções para alterar as associações de arquivos do sistema, ativar o uso de overburning (que permite espremer um pouco mais dados no CD ou DVD, ignorando o limite de tamanho e gravando até o final do espaço da mídia) no gravador, entre outras opções relacionadas ao Nautilus, ajustar as opções de gerenciamento de energia e também bloquear funções do sistema, como os menus de salvar arquivos para o HD, bloquear tela e assim por diante.

Explorando o Nautilus
O Nautilus é o gerenciador de arquivos default do Gnome. Assim como outros componentes do Gnome, ele oferece uma interface bastante simples, que enfatiza a usabilidade sobre o volume de funções. Ao contrário do Konqueror, que também é navegador, o Nautilus se concentra na tarefa de gerenciador de arquivos, deixando a parte de navegação em aberto para que você escolha entre o Firefox, Opera ou outro navegador dedicado.
Você notará que, mesmo como gerenciador de arquivos, ele oferece uma quantidade muito menor de opções e recursos que o Konqueror, fazendo com que muita gente que vem do KDE, ou mesmo do Windows estranhe bastante. Novamente, caímos na questão do "mais" ou do "menos": o Nautilus oferece menos opções mas em geral é mais simples de usar, o que faz com que algumas pessoas sejam mais produtivas com ele. É mais uma questão de escolha pessoal nesse caso.
Um bom exemplo disso é a barra de exibição de endereços. Por default, o Nautilus exibe a localização na forma de um conjunto de botões clicáveis, o que impede que você digite endereços diretamente, como em outros gerenciadores. Entretanto, basta clicar no ícone da folha do lado esquerdo para ter acesso à barra em texto. Ele também não exibe os diretórios e arquivos de configuração ocultos por default, mas você pode ativar a exibição marcando o "Ver > Mostrar arquivos ocultos".
 











Outro exemplo é o recurso de dividir a janela que está disponível no Konqueror (Janela > Dividir a janela em topo/base), que permite criar dois quadros independentes, que facilitam a cópia de arquivos, que podem ser simplesmente arrastados de um quadro para o outro.
No caso do Nautilus, a opção de divisão não está disponível, mas você pode copiar arquivos de uma pasta para outra (sem precisar abrir duas janelas) abrindo uma segunda aba (Ctrl+T) e arrastando os arquivos de uma aba para a outra. O suporte a abas está disponível a partir da versão 2.24.
O default do Nautilus é mover os arquivos quando o destino é uma pasta na mesma partição e copiar quando o destino é em uma partição diferente (como ao copiar arquivos para um pendrive, por exemplo):
 










Por default, o Nautilus usa ícones grandes com legendas em texto, que desperdiçam bastante espaço da tela. Você pode mudá-los para ícones menores, sem legendas, como no screenshot anterior, acessando o gconf-editor e alterando o valor da chave "/desktop/gnome/interface/toolbar_style" de "both" para "icons".
 









Outras opções relacionadas ao Nautilus que você pode querer alterar são
/apps/nautilus/preferences/always_use_browser: Desmarcando essa opção, o Nautilus passa a abrir janelas em modo simplificado e abrir cada nova pasta em uma nova janela, em vez de usar o modo de navegação. Este modo foi batizado de "nautilus spatial browsing", e chegou a ser usado em versões antigas do Gnome, com reações mistas.
/apps/nautilus/preferences/always_use_location_entry: Por default, o Nautilus mostra ícones na barra de localização e você precisa clicar no ícone da folha à esquerda para que ele exiba a localização em texto. Ativando esta opção, o default se inverte.
/apps/nautilus/preferences/enable_delete: Como uma proteção contra a perda acidental de arquivos, o Nautilus não mostra uma opção para apagar arquivos diretamente por default, obrigando o usuário a primeiro mover os arquivos para a lixeira, para só então conseguir deletá-los. Essa opção faz com que a opção de deletar diretamente seja exibida no menu.
/apps/nautilus/icon_view/thumbnail_size: Uma boa forma de reduzir o uso de memória do Gnome é desativar a exibição das miniaturas para arquivos (sobretudo para os arquivos de vídeo) nas preferências. Se, por outro lado, você gosta das miniaturas (elas são extremamente úteis em pastas com várias imagens, por exemplo), pode ajustar o tamanho default através dessa opção, especificando a largura desejada em pixels.
Ícones no desktop: Por algum motivo, muitos desenvolvedores possuem uma espécie de fetiche por desktops sem ícones, o que talvez tenha algo a ver com o fato do desktop do Ubuntu exibir apenas os ícones de dispositivos. Se você prefere ver os ícones do computador, home e da lixeira, pode ativá-los através das opções "/apps/nautilus/desktop/trash_icon_visible", "/apps/nautilus/desktop/home_icon_visible" e "/apps/nautilus/desktop/computer_icon_visible".
Outra dica importante é que o Nautilus é também capaz de acessar compartilhamentos e pastas remotas através de diversos protocolos diferentes.
Um dos melhores exemplos da facilidade é o "sftp://", que permite acessar arquivos em outras máquinas Linux que estejam com o servidor SSH (o pacote "openssh-server") ativado. Basta digitar "sftp://" na barra, seguido pelo login de acesso e o endereço da outra máquina (pode ser o IP, ou o nome de domínio), como em "sftp://gdh@192.168.1.23":
 








Os arquivos da outra máquina são exibidos como se fossem arquivos locais, permitindo que você edite arquivos, copie e cole, ou até mesmo arraste arquivos de uma janela para a outra. A principal dica é ajustar as opções de visualização no "Editar > Preferências > Visualização" para que ele exiba as miniaturas apenas para arquivos locais. Usando o "Sempre" ele tenta exibir as miniaturas também nas pastas remotas, o que torna tudo muito mais lento e consome muita banda, uma vez que ele precisa ler cada arquivo antes de gerar a miniatura.
 







O sistema funciona muito bem também para acessar máquinas via Internet (muitos administradores de sistemas o usam para transferir arquivos e editar arquivos de configuração em servidores, por exemplo), oferecendo uma opção bastante prática e segura.
Ao acessar um endereço pela primeira vez, você tem a opção de salvar a senha no chaveiro, para que não precise digitá-la novamente a cada conexão. Outra dica é salvar o endereço como favorito, para agilizar o acesso das próximas vezes.
Você pode também acessar compartilhamentos do Windows, usando o "smb://", que tem uma função similar. Basta usá-lo indicando o nome ou endereço do servidor e o compartilhamento que será acessado, como em "smb://servidor/arquivos" ou "smb://192.168.1.254/arquivos". Se o servidor estiver configurado para aceitar logins sem senha, os arquivos são acessados diretamente, caso contrário o Nautilus exibe um prompt pedindo o login e senha do compartilhamento.
Essa mesma função é usada pela opção "Locais > Conectar ao Servidor > Compartilhamento do Windows", que simplesmente pergunta qual é o servidor, compartilhamento, domínio (caso usado) e o login usado e faz o acesso usando o Nautilus.

Mais opções de configuração
Em vez de utilizar um painel de controle centralizado, como no caso do Mandriva e do OpenSUSE, o Ubuntu simplesmente utiliza um conjunto de utilitários de configuração organizados nos menus "Sistema > Preferências" e "Sistema Administração". A lista combina os utilitários oferecidos pelo Gnome (que também estão disponíveis em outras distribuições) com algumas ferramentas próprias.
 






A grande diferença entre as duas seções é que, via de regra, a opções dentro do "Preferências" alteram apenas as suas configurações de usuário, manipulando arquivos de configuração salvos dentro do diretório home, enquanto o "Administração" agrupa as opções que alteram a configuração do sistema e são acessadas através do sudo.
Quase tudo que falei até aqui se enquadra na primeira categoria. Antes de começar a falar sobre o gerenciamento de pacotes e outras tarefas "administrativas", vamos a um apanhado geral sobre as outras opções de personalização:
Aparência: Esta é a seção obrigatória, com as configurações visuais do sistema, incluindo a definição do tema, papel de parede e a configuração dos efeitos. Uma boa medida para reduzir o uso de processamento (que resulta em uma melhoria perceptível em máquinas com processadores lentos, como no caso dos Netbooks) é desativar os efeitos visuais. Esta seção inclui também a configuração das fontes, sobre a qual falei no tópico anterior. Um bom lugar para baixar papéis de parede e temas adicionais é o http://www.gnome-look.org/
Aplicativos preferenciais: Ao contrário do que o nome sugere, essa opção (pelo menos até o Gnome 2.24) não permite ajustar as associações de arquivos, mas sim apenas definir os aplicativos preferidos para algumas tarefas específicas (Navegador Web, Reprodutor de multimídia, Terminal, etc).
As associações de arquivos são definidas através do Nautilus: clicando com o botão direito sobre um arquivo e acessando o "Propriedades > Abrir com" você tem acesso ao menu de seleção, onde pode definir o aplicativo usado para abrir arquivos com a mesma extensão. Por default, ele mostra apenas os aplicativos que são associados com a extensão de arquivo selecionada, mas você pode especificar outros manualmente:
 





Área de trabalho remota: Esta opção abre o Vinagre, que é o aplicativo padrão de acesso remoto nas versões recentes do Gnome, similar à dupla Krfb e Krdc, que é usada no KDE.
Assim como diversos outros aplicativos similares, ele funciona como uma interface de configuração para o bom e velho VNC, que é quem faz o trabalho pesado. Ao ativar o compartilhamento da tela, usuários em outros PCs da rede poderão se conectar ao seu usando qualquer cliente VNC, incluindo, naturalmente, o próprio cliente do Vinagre, disponível no "Aplicativos > Internet > Visualizador de Área de trabalho remota".
Para que as conexões via internet funcionem, é necessário configurar o modem ADSL ou gateway da rede para encaminhar a porta 5900 para o seu PC. Nas configurações, existe também a opção de usar uma porta alternativa e de ativar o uso de encriptação para a conexão (o que ativa o uso de encriptação AES de 256 bits). O problema com o uso de encriptação é que ele é um recurso específico do Vinagre que, por enquanto, não é suportado por outros clientes VNC.
Atalhos de teclado: Assim como a opção de associação de arquivos, esta opção inclui a configuração apenas dos atalhos para funções mais comuns; as demais precisam ser definidas através do gconf-editor.
Bluetooth: Se o seu PC não possui um transmissor Bluetooth, o menu permite apenas escolher entre mostrar ou não o ícone do Bluetooth ao lado do relógio, que (sem o transmissor) não servirá para muita coisa de qualquer forma. Ao plugar ou ativar o transmissor, entretanto, ele passa a exibir uma aba adicional, através da qual você pode parear novos dispositivos ou definir se seu PC ficará em modo visível ou oculto. As opções de enviar e receber arquivos, por sua vez, ficam disponíveis ao clicar com o botão direito sobre o applet ao lado do relógio.
Para quem usa apenas o PC, o Bluetooth acaba sendo um recurso desnecessário, mas ele se torna bastante útil quando combinado com um smartphone, permitindo transferir arquivos e fotos de forma rápida, usar a conexão 3G com a web no PC, fazer backup dos arquivos e contatos e assim por diante, tudo sem precisar conectar o cabo USB.
Controle de volume: Apesar da função dessa opção ser bastante básica, ela esconde alguns truques. Clicando no "Preferências" você pode ativar a exibição de controles adicionais (muitas placas possuem mais de 20 ajustes independentes) e na aba "Chaves" estão disponíveis algumas opções adicionais, como a de ativar ou desativar a saída do fone de ouvido. As opções disponíveis variam de acordo com a placa de som usada e os recursos suportados pelo módulo do Kernel e pelo servidor de som.
Criptografia e chaveiros: O Gnome utiliza o Seahorse para gerenciamento de senhas e chaves de criptografia, permitindo que você salve senhas de acesso, passphrases e outras informações (como as chaves de acesso de redes wireless) em um único chaveiro, protegidas por uma senha mestra. A grande observação é que esta opção se destina apenas a gerenciar chaves PGP (usadas para encriptar e-mails). A configuração do chaveiro do sistema vai no "Aplicativos > Acessórios > Senhas e chaves de criptografia".
Gerenciamento de energia: Aqui vão as clássicas configurações de energia, incluindo o tempo de desligamento do monitor, comportamento do botão de desligar, ajuste de brilho da tela e outras. Se você usa um notebook, uma boa adição é o applet para ajustar a freqüência do processador (botão direito sobre a barra > Adicionar ao painel > Monitor de graduação de freqüência da CPU), que permite ajustar rapidamente a frequência de operação do processador, limitando-o à frequência mínima quando quiser aumentar a autonomia, por exemplo.
Nas versões recentes, o Ubuntu oferece também um bom suporte ao suspender, que permite colocar o notebook para dormir, preservando os dados da memória RAM, mas desligando todos os demais componentes. O suspender é um recurso importante para quem precisa fazer tarefas rápidas repetidamente ao longo do dia, pois evitar ter que ligá-lo e desligá-lo (esperando os clássicos dois minutos a cada boot) a todo momento. A maioria dos notebooks possuem uma autonomia superior a 36 horas em modo de suspensão.
A principal observação é que todos estes recursos dependem que o suporte a ACPI esteja ativado, o que deixa de fora os PCs e notebooks com placas problemáticas, onde você precisa usar o "acpi=off", ou similar na tela de boot, ou modelos baseados em chipsets que ainda não são bem suportados pelo kernel.
Impressora Padrão: Ao instalar várias impressoras, é importante definir qual será a impressora padrão, uma vez que ela é usada sempre que você usa as opções de impressão rápida, ou não altera a impressora na janela de seleção.
Janelas: Essa opção inclui opções básicas para o comportamento das janelas, incluindo a opção de selecionar janelas automaticamente quando o cursor do mouse passa sobre elas, maximizar ao clicar sobre a barra de títulos e modificar a tecla usada para mover as janelas para fora da área visível.
Menu Principal: Este é um atalho para o editor de menus, que pode ser acessado também clicando com o botão direito sobre o "Aplicativos".
Network Configuration: Um atalho para a configuração manual da rede, que pode ser acessado também clicando com o botão direito sobre o applet do NetworkManager ao lado do relógio.
Proxy da rede: Este é mais um pequeno utilitário, que permite definir o proxy padrão do sistema, que será usado pelo apt-get e pela maioria dos utilitários do sistema, incluindo o atualizador de pacotes. Entretanto, o proxy padrão não é usado pela maioria dos aplicativos (incluindo o Firefox), que possuem opções próprias de configuração do proxy. No Firefox, por exemplo, o proxy é configurado através do "Editar > Preferências > Avançado > Rede > Conexão".
Rato (Mouse): Aqui estão disponíveis as clássicas configurações relacionadas ao comportamento do mouse (também chamado de rato nas terras além mar :), incluindo a aceleração, intervalo do clique duplo e outras. Uma opção adicionada nas versões recentes do Gnome que pode ser útil é a de mostrar a posição do cursor quando a tecla Ctrl é pressionada.
Uma dica para quem usa um mouse externo no notebook e quer evitar toques acidentais no touchpad é desativar a opção "Touchpad > Habilitar cliques do mouse com o touchpad", que desativa os cliques com toques sobre o leitor, mantendo apenas os botões de hardware.
Resolução da tela: Tradicionalmente, alterar a resolução da tela no Linux demandava ajustes manuais no arquivo xorg.conf. Entretanto, isso mudou nas versões recentes do X.org, graças à detecção automática dos modos suportados pelo monitor, combinado com uma nova interface que permite o ajuste da resolução sem precisar de acesso de root, o que levou ao aparecimento de ferramentas como o kcmdisplay (no KDE) e o gnome-display-properties, iniciado através desta opção.
Ele permite ajustar a resolução e a taxa de atualização do monitor e, em chipsets suportados, também girar a imagem, o que permite tirar proveito da opção de uso vertical disponível em muitos monitores. Se você possui uma placa de vídeo com duas saídas de vídeo, pode também ativar e configurar a segunda tela através dele.
A grande limitação do gnome-display-properties é que ele se limita a oferecer as opções detectadas pelo sistema. Se ele não detectou corretamente a resolução do monitor, ou se não conseguiu ativar a saída HDMI ou o segundo monitor, por exemplo, sua única opção é abrir o terminal e voltar ao velho processo de configuração manual e instalação de drivers.
Sessões: A principal função dessa opção é configurar os aplicativos que serão carregados durante a abertura do sistema. No Linux, os serviços e aplicativos carregados durante o boot podem ser divididos em dois grupos: os carregados pelo sistema e os carregados pelo usuário.
Os carregados pelo sistema são quase sempre serviços, referenciados nos arquivos de configuração. Você pode fazer com que comandos sejam executados automaticamente adicionando-os a um dos arquivos de configuração (como o /etc/rc.local) mas em um desktop isso se restringe a tarefas específicas.
Os aplicativos executados como usuário, por sua vez, são carregados juntamente com o Gnome ou o KDE, incluindo aí qualquer aplicativo gráfico, ou que não seja executado como root. São justamente estes que são configurados através do applet. Se você quer adicionar um atalho para que o Synergy seja aberto automaticamente, ou quer desativar o tracker (a ferramenta de indexação de arquivos do Gnome) ou o gerenciador de drivers restritos, aqui é o lugar:
 




Na aba de opções, existe também a opção de lembrar os aplicativos em execução ao encerrar a sessão que, assim como o recurso de salvar as abas abertas do Firefox, acaba sendo bastante útil se você liga e desliga o PC com frequência, já que evita que você perca tempo abrindo manualmente os aplicativos que utiliza a cada boot. Existe também a opção de criar uma configuração fixa, onde o sistema passa a carregar o conjunto de aplicativos atualmente em execução.
Som: Além de permitir ajustar os sons do sistema (como seria de se imaginar), essa opção permite definir os dispositivos de som usados, o que é útil na hora de solucionar problemas com o áudio ou em situações em que você tem mais de uma placa de som (como em casos em que você usa uma placa de som USB para as chamadas de VoIP) e quer que a segunda placa seja usada para outras funções.
O suporte a placas de som no Linux é um assunto bem mais complicado do que deveria, devido à variedade de conjuntos de drivers e de servidores de som. Isso faz com que, dentro de cada opção, você tenha um conjunto de opções para cada dispositivo de som, incluindo as opções de usar o OSS, o Alsa ou o PulseAudio, o que acaba lhe obrigando a testar cada uma das opções até encontrar a que funciona melhor.
Um complicador é que ao usar uma das opções do Alsa ou do OSS, muitos aplicativos deixarão de conseguir acessar o som, já que esperam que a placa seja acessada através do PulseAudio. Veja o tópico sobre ele mais adiante para mais detalhes.
Teclado: Como era de se esperar, essa opção permite ajustar o layout do teclado (use o "ABNT2 Brasileiro" para os teclados nacionais ou o "PC (Intl) Genérico de 105 teclas" para os com layout americano) e também as opções de acessibilidade (teclas de aderência e outras).
A opção "Disposições > Outras opções" esconde um grande volume de opções com preferências adicionais, que permitem resolver problemas comuns, como mapear o símbolo de Euro ao atalho AltGR+E, desativar o Caps Lock (uma alternativa mais civilizada ao hábito de simplesmente arrancá-lo do teclado :), definir a tecla usada para ativar as teclas de terceiro nível e assim por diante. Se você sofre o com o clássico problema da repetição do teclado parar de funcionar esporadicamente, basta desativar e ativar novamente a opção de repetição das teclas.
Outra dica é que você pode especificar intervalos forçados na digitação (importantes para a prevenção de lesões por esforços repetitivos) na última aba, fazendo com que o sistema bloqueie o desktop durante dois minutos uma vez por hora, por exemplo.


Fonte: http://www.guiadohardware.net/tutoriais/ubuntu/

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